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Geo Síntese

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A turfa pertence aos pântanos, não aos sacos: Um Apelo Urgente para Proibir seu Uso

“A turfa pertence aos pântanos, não a sacos.” Essas palavras ressoam nas vozes crescentes de jardineiros, conservacionistas e celebridades como Alison Steadman, embaixadora do The Wildlife Trusts, que clamam para que o governo britânico cumpra sua promessa de proibir a venda de produtos à base de turfa até o final de 2024.

Há muito tempo utilizada por jardineiros para melhorar o solo, a turfa desfruta de popularidade devido à sua capacidade de diminuir o pH, aumentar a aeração e reter umidade, tornando-se um elemento essencial em muitos arsenais de jardinagem. No entanto, por trás dessa aparência benéfica, esconde-se um impacto ambiental devastador.

A turfa é um solo orgânico espesso, escuro e rico, formado pela decomposição parcial de material vegetal sob condições específicas de água, acidez e falta de oxigênio ao longo de milhares de anos. Este ambiente de pântano é crucial para diversas espécies vegetais e animais adaptadas exclusivamente às condições encharcadas e ácidas proporcionadas pelas turfeiras.

Infelizmente, esses ecossistemas são extremamente frágeis. O que levou milênios para se formar pode ser destruído em instantes. Após anos de pressão, o governo do Reino Unido concordou em 2022 em proibir a venda de turfa até o final de 2024. No entanto, compostos contendo turfa ainda estão legalmente disponíveis, perpetuando a destruição de turfeiras no Reino Unido e na Europa.

Recentemente, o Projeto de Lei de Membros Privados da Horticultural Turfa, proposto por Theresa Villiers, ex-secretária do Meio Ambiente, está sendo debatido na Câmara dos Comuns em 16 de abril, representando a última oportunidade de impor uma proibição completa antes do prazo.

À medida que o debate se intensifica, o The Wildlife Trusts e defensores como Monty Don destacam que a preservação das turfeiras é vital. Monty Don enfatiza: “Leva apenas um minuto para destruir um pântano de turfa que levou séculos para se formar. É um eco-vandalismo que compromete não apenas a biodiversidade, mas também o equilíbrio climático.”

Uma análise do Wildlife Trusts revelou que a extração de turfa resultou na liberação de até 31 milhões de toneladas de CO2 desde 1990, equivalente a milhões de voos transatlânticos ou às emissões anuais de milhões de carros. Com uma em cada seis espécies britânicas ameaçadas de extinção, uma proibição imediata poderia reverter esse declínio.

Alison Steadman, em sua defesa apaixonada pela proibição, adverte que o tempo está se esgotando: “A turfa pertence aos pântanos, não a sacos. Precisamos proteger e restaurar o que resta das turfeiras preciosas, não continuar despojando nosso ambiente natural.”

É imperativo que o governo honre seu compromisso de proteger esses ecossistemas vitais. O futuro das turfeiras, e por extensão, da vida selvagem e do clima global, depende das ações decisivas que tomamos hoje.

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