Das antigas Sete Maravilhas do Mundo, elas são as únicas que restam de pé. E, nos 4.500 anos desde que foram construídas, as Grandes Pirâmides de Gizé continuam a intrigar pela sua perfeição e escala monumental. Construídas durante o Antigo Reino do Egito, são os túmulos dos faraós Khufu, Khafre e Menkaure, projetadas para durar eternamente.
A maior das pirâmides, erguida para Khufu por volta de 2.500 a.C., originalmente alcançava 147 metros de altura, embora hoje esteja cerca de 10 metros mais baixa devido à erosão e à perda de seu revestimento de calcário polido. Cada lado mede 230 metros e sua construção exigiu aproximadamente 2,3 milhões de blocos de pedra, totalizando 5,75 milhões de toneladas. A precisão com que foram alinhadas com os pontos cardeais usando apenas tecnologias da época é impressionante até mesmo para os padrões modernos.
Ao longo dos séculos, o transporte e a colocação desses blocos de pedra têm sido um enigma. Teorias variadas foram propostas, desde equipes de escravos até métodos alienígenas. Recentemente, uma equipe da Universidade da Carolina do Norte Wilmington, publicando na revista Nature, sugeriu uma solução possível: a existência de um rio antigo que servia como via de transporte.
Usando imagens de satélite de radar, mapas históricos e levantamentos geofísicos, os cientistas descobriram evidências de um antigo ramo do rio Nilo que passava pelas pirâmides. Este rio, que tinha entre 64 km de comprimento e 200-700 metros de largura, teria facilitado o transporte das pesadas pedras de construção por meio de grandes jangadas. Este achado oferece uma explicação plausível para a logística impressionante por trás da construção das pirâmides.
A existência desse rio antigo, hoje enterrado sob as areias do deserto, remonta a um período há cerca de 12.000 anos, quando o clima na região era mais úmido e o Deserto do Saara era uma paisagem verdejante. À medida que o clima mudou e o deserto se expandiu, os ramos do rio Nilo secaram completamente, preservando seu segredo por milênios.
Além de fornecer uma nova perspectiva sobre a construção das pirâmides, essa descoberta ressalta a importância do estudo dos antigos ambientes naturais para entendermos não apenas o passado, mas também como as mudanças climáticas moldaram paisagens e civilizações ao longo do tempo.
As Grandes Pirâmides de Gizé continuam a ser um testemunho da habilidade e engenhosidade dos antigos egípcios, desafiando a imaginação e a compreensão moderna.