Recentemente, Delhi enfrentou temperaturas extremas, atingindo 52,3°C, muito acima da média sazonal, destacando um preocupante aumento no calor no norte da Índia. Este fenômeno não é isolado: um novo relatório conjunto do Centro Climático da Cruz Vermelha Crescente Vermelha, World Weather Attribution e Climate Central revelou que, no ano passado, a mudança climática exacerbou significativamente a incidência de dias de calor extremo em todo o mundo.
O calor escaldante atual em Delhi e em outras partes do norte indiano serve como um lembrete contundente das conclusões desse relatório. Analisando dados de 1991 a 2020, a equipe da Climate Central identificou as temperaturas que se classificaram entre as 10% mais altas registradas para cada país durante esse período. Em seguida, eles investigaram o período entre 15 de maio de 2023 e 15 de maio de 2024, comparando as temperaturas atuais com as temperaturas contrafactuais – aquelas que teriam ocorrido sem a influência das mudanças climáticas induzidas pelo homem.
Utilizando o Índice de Mudança Climática (CSI), que avalia o impacto das mudanças climáticas nas temperaturas diárias, a equipe descobriu que a mudança climática tornou pelo menos 26 dias de calor extremo mais prováveis em comparação com um cenário sem intervenção humana. Este número representa uma média global, afetando diretamente cerca de 6,8 bilhões de pessoas, ou 78% da população mundial, que experimentaram pelo menos 31 dias de temperaturas extremas durante o período analisado.
Aditya V. Bahadur, diretor do Centro Climático da Cruz Vermelha do Crescente Vermelho, enfatizou a gravidade dessas descobertas, destacando que o calor extremo não é apenas desconfortável, mas também causa danos sérios à saúde humana, à infraestrutura crítica, à economia e ao meio ambiente. Esses impactos são particularmente devastadores para comunidades vulneráveis no Sul global, exacerbando as desigualdades sociais e econômicas.
Este relatório sublinha a necessidade urgente de ações climáticas globais, visando mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas. A implementação de políticas robustas de adaptação e redução de emissões se torna crucial para proteger não apenas o bem-estar humano, mas também a sustentabilidade dos ecossistemas globais. Enquanto isso, o monitoramento contínuo e o entendimento aprofundado das dinâmicas climáticas são essenciais para informar decisões políticas e práticas que promovam um futuro mais resiliente e sustentável para todos.