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Geo Síntese

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Explorando os Segredos das Caatingas: Clima, Relevo e Vegetação

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As áridas caatingas do Brasil abrigam um ecossistema único, influenciado por um clima semiárido implacável, onde as precipitações anuais mal ultrapassam os 700 mm. A longa estação de estiagem, que pode se estender por anos, desafia a vida nesse cenário.

Diferenciando-se drasticamente das terras úmidas do restante do continente sul-americano, e dos 92% de climas úmidos do Brasil, as caatingas enfrentam um desafio único: a evaporação muitas vezes supera a quantidade de água recebida anualmente.

O relevo acidentado das caatingas é pontuado por inselbergs, testemunhos resistentes à erosão que pontilham a paisagem. Essas elevações são testemunhas da longa história geológica da região, resistindo aos caprichos do clima árido.

Enquanto os rios intermitentes caracterizam a hidrografia das caatingas, o rio São Francisco se destaca como uma exceção, nascendo na Serra da Canastra em Minas Gerais. Porém, mesmo o “Velho Chico” não escapa das oscilações climáticas, com os rios muitas vezes secando desde suas nascentes devido às intermitências das chuvas.

A vegetação resiliente das caatingas é composta por espécies xerófitas, adaptadas às condições extremas de seca. Arbustos dominam a paisagem, com cactáceas como o mandacaru e o xique-xique se destacando entre elas. Na estação seca, a paisagem se torna árida, os rios desaparecem e as plantas se adaptam, perdendo folhas e mantendo-se dormentes até a chegada das chuvas, quando a região se transforma em um oásis verdejante temporário.

Localização e clima do domínio das caatingas

O domínio das caatingas é marcado pelo clima semiárido, que tem como característica as maiores médias térmicas do país e o menor nível pluviométrico, com precipitações anuais abaixo de 700 mm. Há um longo período de estiagem que dura meses e que em determinadas situações, pode se estender por anos.

Esse clima contrasta com as terras úmidas do continente sul-americano e mesmo do território brasileiro, que possui 92% de climas úmidos. Em áreas de caatinga, pode ocorrer mais evaporação do que o volume de água recebido em um ano.

Relevo e hidrografia do domínio das caatingas

As caatingas se encontram em depressões interplantálticas, em uma área de baixo intemperismo das rochas, que dá origem a um solo pedregoso ou arenoso. Por conta dessa baixa decomposição das rochas, a disponibilidade de nutrientes dos minerais ainda em processo de intemperismo, torna esses solos férteis.

Na paisagem das caatingas se destacam os inselbergs, formas residuais que resistiram aos agentes externos que moldaram as superfícies aplanadas dos sertões. São morros testemunhos que suportaram o processo de pediplanação e pedogênese, permanecendo ilhados em meio às caatingas.

Os rios da região, com exceção do rio São Francisco que possui sua nascente na Serra da Canastra em Minas Gerais, são intermitentes devido ao ritmo descontínuo das precipitações. Diferente da hidrologia do restante do país, onde os rios suportam a estiagem através das águas do lençol freático, no sertão o lençol é rebaixado e os rios passam a alimentá-lo, tornando-se secos desde as nascentes.

Vegetação do domínio dos cerrados

A vegetação da caatinga é marcada por espécies xerófitas (adaptadas às condições de seca prolongada), apresentando folhas grossas, parecidas com couro, algumas na forma de espinhos, além de tecidos que contribuem para a retenção de água. Predominam arbustos, com maior ocorrência de cactáceas como o mandacaru e o xique-xique.

Na estação seca, as árvores perdem suas folhas, os solos ficam ressecados e os rios desaparecem, a sensação térmica é de altas temperaturas, devido aos ventos secos que sopram neste período. Quando chega o fim da estiagem e inicia-se o curto período de chuvas, a paisagem muda completamente, tornando-se verde e com seus rios intermitentes novamente cheios.

Referência bibliográfica

AB’SÁBER, Aziz.Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geografia do Brasil. [S.l: s.n.], 2005.

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