Descubra a conexão entre o filme “O Abismo” da Netflix e o desastre em Maceió causado pela mineração. Uma história real por trás da ficção.

“O Abismo” é um filme sueco na Netflix, inspirado no desastre de Kiruna, no norte da Suécia. A trama foca em Frigga, gestora de segurança da mina, enquanto enfrenta os desafios de evacuar a cidade e lidar com as consequências pessoais do desastre, resultante de uma atividade sísmica provocada pela mineração de ferro.

O caso real da cidade de Kiruna na Suécia:

Kiruna enfrenta o afundamento do solo devido à mineração de ferro pela LKAB, exigindo a realocação de toda a cidade. O processo inclui a transferência de edifícios significativos, como a igreja de Kiruna, e está previsto para ser concluído até 2035. A mineração é vital para a economia, mas levanta preocupações ambientais e sociais.

A tragédia da mineração de sal-gema pela Braskem em Maceió:

A mineração de sal-gema pela Braskem causou o afundamento e a evacuação de bairros em Maceió, Alagoas. Mais de 40 mil moradores foram afetados em bairros como Mutange, Pinheiro, Bebedouro e Bom Parto. O caso ilustra não apenas o impacto físico da mineração, mas também as profundas consequências emocionais e psicológicas sobre os residentes.

 

Kiruna e Maceió: realidades distintas:

Enquanto Kiruna realoca sua cidade inteira com a participação da comunidade e planeja usar apenas fontes de energia limpa nas operações de mineração, Maceió luta para garantir apoio psicológico e uma indenização justa aos afetados. A atuação da LKAB em Kiruna contrasta com a negligência e o descaso da Braskem em Maceió.

O modelo neoliberal brasileiro X Estado de bem-estar social sueco:

O filme “O Abismo” reflete uma ficção distante da realidade de Maceió, onde a população enfrenta o abandono pela Braskem em meio a uma tragédia. Enquanto a Suécia adota uma abordagem proativa com uma empresa estatal, o Brasil, marcado pelo modelo neoliberal, mostra falhas em proteger seus cidadãos dos interesses corporativos.

Este contraste destaca a importância de uma governança mais responsável e ética na indústria de mineração, evidenciando a necessidade urgente de práticas sustentáveis e prioridades governamentais que protejam os cidadãos, não apenas os interesses corporativos. O “neoliberAbismo” deixou seu rastro de destruição em Mariana, Brumadinho e agora em Maceió, chamando à reflexão sobre a regulamentação da indústria e a proteção das comunidades afetadas.