O domínio Amazônico, localizado em baixas latitudes, apresenta um clima equatorial caracterizado por ser quente e úmido, com baixa amplitude térmica anual e ausência de estações secas significativas. As precipitações na região superam 1700 mm anuais. Esse clima é influenciado pela presença de massas de ar úmidas, como a equatorial continental e a equatorial atlântica, que conferem à região uma elevada nebulosidade.
Relevo e Hidrografia do Domínio Amazônico
O domínio Amazônico situa-se entre a cordilheira dos Andes a oeste e as bordas dos planaltos das Guianas e Brasileiro, ao norte e ao sul, respectivamente. Aziz Ab’Sáber classifica o relevo da região como “terras baixas”, dispostas em diferentes níveis: terras firmes, várzeas e igapós. Já na classificação de Jurandyr Ross, a forma predominante é caracterizada como depressão.
A bacia Amazônica, que banha a região, contém cerca de 20% da água doce disponível no planeta. O rio Amazonas, o principal da bacia, nasce na cordilheira dos Andes, a partir de ramificações abastecidas pelo degelo e pelas precipitações níveis (neve) em uma altitude de 4000 metros. Ao chegar em território brasileiro, o rio é abastecido por águas pluviais, apresentando um regime hidrológico nival e pluvial.
O rio Amazonas percorre extensas planícies e, de sua nascente até a foz, tem aproximadamente 6500 km de extensão. Tanto o Amazonas quanto seus afluentes possuem um grande potencial para navegação, com cerca de 20.000 km de trechos navegáveis, facilitando o transporte e a comunicação na região.
Vegetação do Domínio Amazônico
A vegetação do domínio Amazônico é notavelmente diversa, apresentando variações em seus ecossistemas que formam uma espécie de anfiteatro, onde se encontram as terras firmes, as várzeas e os igapós.
As matas de terra firme constituem um dossel fechado que retém 95% dos raios solares, tornando a superfície escura e úmida. As árvores são pouco espaçadas, perenifólias (mantêm as folhas durante o ano), higrófilas (adaptadas à alta umidade) e latifoliadas (com folhas largas), formando um verdadeiro oceano verde. Essas matas cobrem mais de 90% da Amazônia e abrigam árvores que podem ultrapassar 60 metros de altura, repletas de epífitas e cipós lenhosos.
Nas áreas de formação geológica mais recente, encontram-se as várzeas, que são áreas de inundação periódica, e os igapós, que são áreas permanentemente alagadas. A vegetação dessas áreas é adaptada para resistir ao apodrecimento de suas raízes, demonstrando uma incrível capacidade de sobrevivência em condições adversas.
Referências Bibliográficas
AB’SÁBER, Aziz. *Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. *Geografia do Brasil. [S.l: s.n.], 2005.