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Onda de Calor Marinho no Reino Unido: Impactos e Causas Climáticas

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O Reino Unido é agraciado com um litoral variado e deslumbrante, oferecendo desde píeres pitorescos até pequenas enseadas rochosas e longas extensões de areia batidas pelo vento. No entanto, apesar da beleza cênica, as águas britânicas muitas vezes desencorajam os banhistas, sendo frias na maior parte do ano. No entanto, no verão passado, uma mudança notável ocorreu. Com temperaturas do mar várias graus acima da média em praias protegidas, nadar tornou-se um prazer, não apenas uma prova de resistência.

Essa elevação nas temperaturas do mar foi impulsionada por uma onda de calor marinho intensa, amplamente atribuída à presença de sistemas de alta pressão no Atlântico Norte e no Reino Unido. No entanto, novas pesquisas revelaram que as mudanças climáticas agravaram esse fenômeno, exacerbando os efeitos das condições climáticas de alta pressão.

As ondas de calor marinho são classificadas de 1 a 5, sendo 5 considerada extrema. Em junho de 2023, as águas costeiras do noroeste da Europa alcançaram temperaturas superficiais até 5°C acima da média, caracterizando uma onda de calor marinho de categoria 5. Este evento foi seguido por outra em setembro do mesmo ano. Atualmente, conforme o Met Office do Reino Unido, uma onda de calor marinho de categoria 1 (+1-2°C) está em curso, com algumas áreas atingindo categoria 2 (+2-3°C). Em direção à Noruega, parte do Mar do Norte registra níveis de categoria 3/4 (>+4°C).

Pesquisadores do Met Office do Reino Unido e instituições britânicas e irlandesas, como o Plymouth Marine Laboratory (PML), conduziram um estudo revelador. Eles observaram a onda de calor marinho de categoria 2 mais longa já registrada no Reino Unido, estendendo-se por 16 dias em junho de 2023. As temperaturas ao redor das Ilhas Britânicas atingiram picos de 16°C, em vez dos habituais 13,5°C.

A rápida formação da onda de calor marinho foi atribuída às condições ideais de alta pressão, incluindo céu claro, sol intenso, ventos suaves e ar tropical. A predominância de alta pressão sobre o Atlântico Norte reduziu a formação de ondas, minimizando a mistura das águas superficiais quentes com as mais frias das profundezas, permitindo o aquecimento excepcionalmente rápido da superfície do mar.

Além de influenciar diretamente o clima marinho, as temperaturas elevadas da superfície do mar também impactaram as condições terrestres, aumentando a temperatura média e intensificando as chuvas devido a brisas marítimas mais quentes e úmidas.

Embora o estudo tenha concluído que as mudanças climáticas não foram a causa direta das ondas de calor marinho, a tendência de aquecimento das últimas décadas exacerbou significativamente o fenômeno, elevando-o à categoria 2 em vez de 1. Os pesquisadores alertam que, sem uma mitigação robusta das emissões de gases de efeito estufa, temperaturas de superfície do mar tão elevadas podem se tornar comuns até meados do século.

Este cenário sublinha a complexidade das interações climáticas e destaca a necessidade urgente de ações climáticas globais para enfrentar os desafios crescentes de eventos extremos como as ondas de calor marinho.

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