As Fens de East Anglia, uma vasta planície agrícola sem árvores visíveis, contrastam profundamente com sua antiga paisagem de floresta de texo, desaparecida há mais de 4.000 anos. A transformação dessa região, inicialmente um complexo de pântanos pantanosos, começou entre os séculos XVII e XIX, com extensos projetos de drenagem. Essa mudança foi fundamental para permitir a agricultura em solos ricos de turfa, onde hoje vastos campos de batatas se estendem até o horizonte.
A descoberta surpreendente de troncos de árvores bem preservados, principalmente texos, removidos periodicamente durante a aração dos campos, revelou que eles faziam parte de uma floresta antiga que cobria as Fens milênios atrás. Cerca de 4.200 anos atrás, a floresta foi subitamente dizimada por um aumento drástico do nível do Mar do Norte, que inundou a região com água salgada, condenando as árvores à morte e preservação sob camadas de turfa.
Essa catástrofe natural coincidiu com uma megaseca em outras partes do mundo, como no Oriente Médio, Norte da África e China, eventos que podem ter impactado civilizações antigas, incluindo o Egito Antigo. A pesquisa liderada pela Cambridge Tree-Ring Unit levanta questões fascinantes sobre a conexão entre eventos climáticos globais e regionais, fornecendo pistas valiosas para entender mudanças climáticas passadas e seus efeitos globais.
Essas descobertas não apenas revelam a evolução da paisagem das Fens, mas também destacam seu papel crucial na investigação das interações climáticas e históricas globais.