O desafio de transição para energias renováveis ganha destaque com o investimento necessário e os impactos regionais.
A urgência de ampliar as energias renováveis ganha nova dimensão com o relatório do Climate Analytics, que estima serem necessários US$ 12 trilhões até 2030 para triplicar a capacidade global. Este investimento crítico visa cumprir os compromissos climáticos estabelecidos no Acordo de Paris de 2015, visando limitar o aquecimento global a 1,5°C.
A transição para uma economia de baixo carbono não é apenas uma escolha moral, mas uma necessidade imperativa para evitar impactos climáticos irreversíveis. A recente COP28 em Dubai reiterou o compromisso global de aumentar drasticamente o uso de energias renováveis, uma mudança fundamental para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
O investimento necessário
De acordo com o relatório, a escala do desafio é monumental: US$ 12 trilhões devem ser alocados até 2030, o que representa um aumento substancial em relação aos US$ 1 trilhão investidos globalmente em 2023. Este montante é essencial para instalar novas capacidades renováveis e expandir as redes de infraestrutura necessárias para suportar essa transição.
A divisão dos recursos
Do total necessário, aproximadamente dois terços seriam direcionados para a instalação de novas fontes renováveis, enquanto um terço seria destinado à infraestrutura de armazenamento e redes. Modernizar e expandir as redes é crucial, pois garantirão a estabilidade e a confiabilidade das energias renováveis, superando os desafios de intermitência.
O déficit de investimento
Atualmente, o mundo está aquém do necessário, com previsão de investir apenas US$ 6,6 trilhões até 2030, deixando um déficit de mais de US$ 5 trilhões. Paralelamente, os investimentos em combustíveis fósseis continuam robustos, o que destaca a necessidade urgente de realocar recursos financeiros para prioridades climáticas.
Lições da Ásia
Surpreendentemente, a Ásia está liderando o caminho em termos de adições de capacidade renovável, contribuindo com 47% do total global necessário até 2030. A China e a Índia, embora frequentemente criticadas por suas emissões de gases de efeito estufa, têm implementado políticas ambiciosas que impulsionam significativamente o setor renovável na região.
Desafios e precauções
No entanto, o relatório adverte sobre a construção contínua de usinas a carvão na China e na Índia, um movimento que pode comprometer os esforços de transição para 1,5°C e resultar em ativos encalhados de grande escala. É crucial que esses países redirecionem seus investimentos para energias renováveis e abandonem progressivamente o carvão, alinhando-se aos objetivos climáticos globais.
Em resumo, o caminho para triplicar as energias renováveis até 2030 é desafiador, mas viável com o compromisso político adequado e realocações estratégicas de recursos financeiros. O investimento em infraestrutura e tecnologias renováveis não é apenas um imperativo ambiental, mas também uma oportunidade para construir economias mais resilientes e sustentáveis para o futuro.